hardware - ASUS R9 290X MATRIX Platinum: silenciosa, fria, poderosa e um pouco cara
O mercado de GPUs é dominado pela AMD e NVIDIA, mas estas não vendem placas de vídeo diretamente ao consumidor. É um caso muito semelhante ao que acontece com o mercado de SoCs para smartphones: Samsung (Exynos), Qualcomm (Snapdragon) e MediaTek possuem seus próprios chips, mas todas elas utilizam o design de referência da ARM, vendendo implementações próprias e modificadas da arquitetura criada por ela.
No caso de GPUs para desktops e notebooks, empresas como EVGA, MSI, Gigabyte e ASUS fazem o mesmo, comprando o licenciamento de chips da NVIDIA e AMD e vendendo suas próprias implementações para o consumidor, muitas vezes melhores do que as originais. A ASUS faz isso em duas edições: na DirectCU II Top, versão "overclockada" e que apesar disso trabalha em uma temperatura menor, e na MATRIX Platinum, que melhora ainda mais essas duas condições. Vamos conhecer agora a edição MATRIX da AMD Radeon HD R9 290X.
Um olhar mais detalhado sobre o chip R9 290X
Antes de irmos diretamente para a edição MATRIX, vamos conhecer um pouco mais sobre a R9 290X em si. Ela utiliza o chip Hawaii XT, o mais avançado da série AMD Radeon lançado em 2014, e conta com nada menos do que 2816 cores de processamento de fluxo com velocidades de até 1 GHz (nas especificações originais), sendo projetada para rodar games em 4K desde o início.
Ela possui 4 GB de memória RAM GDDR5 rodando a 5 GHz, sendo acessada por uma interface de 512 bits, suportando DirectX 11.1, OpenGL 4.3 e, claro, a Mantle, API aberta da AMD para jogos. São especificações de respeito, naturalmente, capazes de alcançar uma quantidade teórica de processamento de até 5,6 TFLOPS, ou seja, dificilmente deixará o usuário na mão em jogos e aplicativos gráficos (e realmente não deixa, como veremos nos resultados dos testes mais adiante).
Esse poder todo não vem sem um custo, que é o alto consumo de energia. As duas conexões PCIe de 8 pinos já denunciam o quanto ela puxa de energia, que pode chegar até 275 watts, algo que deve ser observado na hora da compra, já que não é qualquer fonte de energia que consegue entregar essa capacidade (recomendamos uma com pelo menos 650 watts, dependendo da configuração do resto da máquina).
As especificações originais da R9 290X já possuem 4 conexões: 2 dual-link DVI, uma HDMI e uma DisplayPort, todas elas capazes de aguentar monitores 4K, inclusive 3 deles ao mesmo tempo. Isso significa que é possível trabalhar com uma resolução de 11520x2160 (configuração 3-1), mas é importante salientar que isso impacta, e muito, a performance geral da placa.
O que é a edição MATRIX da ASUS?
Já conhecemos algumas placas de vídeo da ASUS aqui no Canaltech, como a edição DirectCU II Top, e podemos dizer que a MATRIX é uma “superversão” dela. Ela utiliza um senhor dissipador térmico auxiliado por heatpipes e uma backplate para manter a placa mais bem refrigerada durante os testes, com coolers maiores, mais silenciosos e eficientes. Isso, claro, sem deixar de mencionar o visual mais agressivo da placa, que traz um logo da Republic of Gamers iluminado para deixar o gabinete mais bonito.
Ainda nas modificações, temos o já conhecido DIGI+ VRM de 14 fases, possibilitando extrair ainda mais poder de fogo com overclocks customizados. Em seu estado padrão ela oferece aproximadamente 6% mais performance do que a referência da AMD, isso gerando menos ruído e trabalhando em temperaturas menores, além de contar com uma alimentação extra MOLEX para ajustes de voltagem mais finos. Porém, vale mencionar uma observação.
Depois de deixar a placa durante várias horas sob estresse, nos pareceu que o Catalyst, driver da AMD, configura a rotação do cooler baseada no modelo de referência, e não na implementação da ASUS. Quando configuramos no automático, ela passou facilmente de 75%, e mesmo que isso não seja uma zona de perigo, o cooler continuou trabalhando com 20% de sua velocidade. Quando aumentamos manualmente para 55%, os ruídos eram praticamente inaudíveis e a temperatura diminuiu para 59º, então por que deixar a placa trabalhar tão quente sem aumentar a velocidade do cooler?
Configuração de testes:
- Processador: AMD A10-5600K quad-core rodando a 4,5 Ghz (gráficos internos Radeon HD 7660D desativados)
- Memória RAM: Kingston HyperX Fury 16 GB (4 x 4 GB) DDR3 1866 MHz em dois canais
- Placa-mãe: ASUS F2A85X-M PRO soquete FM2 (Hudson D4)
- Fonte de alimentação: Coolermaster Silent Pro 1000 watts*
- Sistema operacional: Windows 8.1 64 Bits Professional
- Disco rígido: Seagate 1 TB SATA III 7200 RPM 64 MB
- Versão do driver: Catalyst 14.6 RC
*Gentilmente emprestada pela ASUS do Brasil para realizar os testes
FutureMark PCMark 7
O PCMark 7 realiza uma série de testes de desempenho, dividindo os resultados em categorias, como produtividade, entretenimento e assim por diante. Cada uma delas precisa de uma combinação diferente de processamento da CPU, memória RAM e placa de vídeo para alcançar a sua pontuação.
A configuração que testamos alcançou a pontuação de 3321, na qual destacamos a limitação do processador na maioria dos testes. Nos quesitos onde a MATRIX R9 290X trabalhou praticamente sozinha, os números foram altíssimos, com destaque para os 381,68 FPS no teste Perlin Noise e os altos scores nos quesitos Criatividade (4915) e Computação (7362).
FutureMark PCMark 8
O PCMark 8 é a atualização da suíte de benchmarks da FutureMark em sistemas que rodam o Windows 8 ou 8.1. Nos testes individuais de desempenho gráfico (Creative Conventional), nosso sistema de testes alcançou 2491 pontos, não enfrentando problema de codificação/decodificação de vídeo e alcançando um bom número de FPS nos quesitos Mainstream Gaming 1 e 2 (98 e 36,1 FPS, respectivamente).
No gráfico de temperatura, podemos ver que ela não apresentou problemas de superaquecimento, permanecendo abaixo de 40 graus Celsius durante 1h e meia de testes.
FutureMark 3DMark Vantage
O 3DMark Vantage é um famoso programa de teste de desempenho para máquinas capazes de executar o DirectX 10, dando uma boa noção de como a placa se sairá em jogos desenvolvidos com essa tecnologia. Nas configurações "Extreme" (1920x1200, vários filtros ativados), nossa configuração pontuou nada menos do que 16863, com destaque para o score de 17555 da GPU individualmente.
Nos detalhes dos testes vemos que o mínimo de FPS que ela alcançou foi 49, e podemos especular que um processador mais potente faria esse número aumentar para, no mínimo, 60 FPS. Ou seja: a combinação da MATRIX R9 290X mais uma CPU high-end seria capaz de rodar virtualmente quaisquer games DX10 com todos os filtros e efeitos ativados.
FutureMark 3DMark
A mais nova edição da suíte de benchmarks gráficos da FutureMark testa cada parâmetro utilizado nos games mais atuais, mostrando os resultados em uma numeração para comparação sintética. No FireStrike, um dos mais pesados da suíte, nossa configuração alcançou 6508 pontos, o suficiente para garantir uma boa jogabilidade em praticamente qualquer jogo atual em Full HD, mas que irá exigir settings mais simples nos jogos que rodarem em 4K.
LuxRender LuxMark
O Luxmark é um programa de código aberto multiplataforma que testa a capacidade da placa de vídeo de executar gráficos OpenCL, e, quanto maior a pontuação, melhor e mais poderosa é a máquina neste quesito.
Aqui conseguimos nada menos do que 2559 pontos somente com a GPU, garantindo uma altíssima capacidade de trabalho em aplicações gráficas que utilizam o OpenCL. Vale mencionar que as GPUs da AMD conseguem números maiores do que as da NVIDIA nesse quesito, enquanto o inverso ocorre com o OpenGL.
Maxon CINEBENCH R15
O Cinebench é um programa totalmente gratuito que testa a capacidade da máquina de executar gráficos OpenGL, disponibilizando o resultado em quantidades de frames por segundo (FPS). Neste teste, a MATRIX R9 290X conseguiu alcançar 60,54 frames por segundo, valor consideravelmente menor do que os resultados de placas de vídeo da NVIDIA, mas um dos maiores entre as séries AMD Radeon até o momento.
Conclusão: vale a pena investir mais em uma MATRIX Platinum?
Placas de vídeo de alto desempenho custam bastante caro aqui no Brasil, valor que sobe ainda mais em versões modificadas, como a MATRIX que acabamos de testar. No caso, estamos falando de um valor sugerido de aproximadamente R$ 2.500 somente para a placa de vídeo, enquanto edições “padrão” da R9 290X custam consideravelmente menos. Vale a pena gastar mais?
Vale, e por dois motivos. Em primeiro lugar, temos o sistema de refrigeração mais parrudo, algo essencial para gamers que passam várias horas do dia jogando. Em segundo lugar, já tivemos a oportunidade de testar várias GPUs da ASUS com a DIGI+ VRM, que permitem não só realizar overclocks ainda mais altos como também garantem uma estabilidade maior durante a operação, assegurando que a placa não irá queimar com variações de tensão e corrente (algo que é bastante frequente com fontes de alimentação genéricas).
Ainda que seja um investimento bastante alto, ele é compensado pela durabilidade, algo essencial para quem não costuma atualizar a configuração do PC com frequência. É uma diferença de algumas centenas de reais em troca da certeza de que o equipamento continuará funcionando durante anos a fio, algo que já tivemos a oportunidade de conferir depois de anos utilizando uma GTX 660 DirectCU II Top em condições de estresse.
Vantagens
- Desempenho cerca de 6% maior do que as especificações de referência;
- Funciona praticamente fria. Depois de algumas otimizações, ela raramente passa de 55% mesmo em condições de estresse;
- Baixo nível de ruído;
- Design acima da média.
Desvantagens
- Preço alto, apesar dos benefícios;
- Alto consumo de energia;
- O Catalyst da AMD não oferece uma configuração customizada para a Matrix Platinum, deixando-a esquentar desnecessariamente.